Os aspetos materiais e formais sobre a limitação de responsabilidade patrimonial à luz do art. 603º do Código Civil – Algumas considerações e reflexões críticas

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Resumo

Um negócio entre duas ou mais pessoas envolve, sempre, um acordo mútuo e recíproco que exige certa empatia e prévio conhecimento entre as partes. A empatia é ainda maior se falarmos de um negócio jurídico gratuito, em que o negócio jurídico envolve, apenas, uma ablação para uma das partes, enriquecendo a esfera patrimonial da outra, sem qualquer contraprestação exigida. Por outro lado, parte-se desta esfera patrimonial para garantir o cumprimento das obrigações, pois o chamado por “garantia geral das obrigações” faz-se por via da execução do património do devedor que, por motivo que lhe é imputável, não venha cumprir as obrigações de validade constituídas e que deveria atempadamente dar cumprimento nos termos acordados. Ora, é nestas duas premissas que entronca que a eventual possibilidade de exclusão de responsabilidade patrimonial do devedor por vontade de terceiros. Perante negócios jurídicos gratuitos que não exigem uma ablação do património do devedor, pois o enriquecimento deste dá-se por mera de terceiros, não poderá o direito deixar de dar garantias de que estas liberalidades gozem de alguma proteção perante eventuais ingerências de credores que procurem a satisfação dos seus créditos, ainda que em detrimento da vontade do autor da liberalidade.

Biografia do Autor

Luís Manuel Pica, Instituto Politécnico de Beja/Universidade do Minho, Portugal

Doutorando em Ciências Jurídicas-Públicas na Escola de Direito da Universidade do Minho. Mestre em Direito. Docente no Instituto Politécnico de Beja, Portugal. Investigador no JusGov – Centro de Governação e Justiça da Escola de Direito da Universidade do Minho (Portugal).

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Publicado

23.11.2022

Como Citar

Pica, L. M. (2022). Os aspetos materiais e formais sobre a limitação de responsabilidade patrimonial à luz do art. 603º do Código Civil – Algumas considerações e reflexões críticas. Revista Brasileira De Direito Civil, 31(03), 123. Recuperado de https://rbdcivil.ibdcivil.org.br/rbdc/article/view/879

Edição

Seção

Doutrina Estrangeira