Consentimento por representação e sua insuficiência na tutela à privacidade desde a infância e a adolescência

Consent by representation and its insufficiency in the protection of privacy from childhood and adolescence

Autores

Palavras-chave:

Consentimento, Criança e adolescente, Dados Pessoais, Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), Privacidade

Resumo

Este artigo tem como problema de pesquisa o seguinte questionamento: qual a função do consentimento na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) brasileira e quais são seus reflexos na tutela da privacidade na infância e na adolescência? Demonstra-se que o consentimento, na forma estabelecida na legislação em comento, é insuficiente para lidar com as relações contratuais contemporâneas apesar de ser suficiente em casos específicos, mas que não condizem com a predominância das práticas cotidianas de capturas e tratamento de dados pessoais. No mais, evidencia-se que a situação da criança e do adolescente são caracterizadas como passiva enquanto sujeitos de intensa coleta e tratamento de dados. A hipótese apta a responder o problema proposto é a de que a Lei Geral de Proteção de Dados compreende o consentimento como elemento legitimador e não constituidor, fazendo com que se torne um normativo essencialmente a serviço dos interesses do capitalismo de vigilância e não uma legislação em defesa dos que se encontram em posição hipossuficiente neste quadro social. Ao final, conclui-se que a Lei Geral de Proteção de dados ignora os limites éticos existentes no pressuposto da tutela de direitos personalíssimos atribuídos à individualidade de seus titulares. Para o desenvolvimento deste raciocínio, utiliza-se os métodos analíticos, de pesquisa integrada e indutivo, bem como a técnica de pesquisa bibliográfica.

Biografia do Autor

Sthéfano Bruno Santos Divino, Centro Universitário de Lavras (Unilavras), Lavras, Minas Gerais

Doutor e Mestre em Direito Privado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Bacharel em Direito pelo Centro Universitário de Lavras. Professor Adjunto do Curso de Direito do Centro Universitário de Lavras (2020 - atual). Professor substituto de Direito Privado da Universidade Federal de Lavras (03/2019 - 03/2021). Advogado.

Thaís Fernanda Tenório Sêco, Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, Minas Gerais

Professora assistente do Departamento de Direito da Universidade Federal de Lavras. Doutoranda em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Metre em Direito Civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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Publicado

23.11.2022

Como Citar

Divino, S. B. S., & Sêco, T. F. T. (2022). Consentimento por representação e sua insuficiência na tutela à privacidade desde a infância e a adolescência: Consent by representation and its insufficiency in the protection of privacy from childhood and adolescence. Revista Brasileira De Direito Civil, 31(03), 223. Recuperado de https://rbdcivil.ibdcivil.org.br/rbdc/article/view/812